Nos últimos anos, Paul Ricoeur foi levado a pensar que o âmbito jurídico apreendido com afeição do judiciário e suas leis escritas, seus tribunais, seus juízes e a pronúncia da sentença em que se profere o direito oferece ao filósofo a oportunidade de refletir sobre a especificidade do direito em sua posição peculiar, a meio caminho entre a moral e a política. Para dar um tom dramático à oposição que faz entre uma filosofia política na qual a questão do direito é ocultada pela obsessão da presença incoercível do mal na história e uma filosofia na qual o direito fosse reconhecido em sua especificidade não violenta, o autor se propõe a dizer que a guerra é o tema lancinante da filosofia política, e a paz, o da filosofia do direito.