O ponto de partida de “Limites da voz” são os Ensaios, de Montaigne, em que o indivíduo se expressa com uma liberdade inédita, sem modelos ou hierarquias temáticas. Montaigne levanta a bandeira da liberdade de expressão do eu como instância autônoma. Segundo Costa Lima, desde o Renascimento a literatura tem sido o território do indivíduo, da qualificação e reconhecimento dos direitos do eu. A ficção é usada desde então como espaço para a reflexão sobre a idéia de homem. Por isso Schlegel é fundamental para a caracterização do espaço ficcional. Costa Lima explica que os Fragmentos são uma tentativa de captar a particularidade da obra literária, com sua ênfase na produção poética e busca de uma estética não normativa.