No imaginário do cidadão húngaro comum, o Brasil é o país do futebol e do carnaval, das praias do Rio de Janeiro com suas mulheres vistosas, do Pão de Açúcar como principal símbolo turístico. Acrescente-se a tudo isso as imagens que as telenovelas consolidaram em meio ao público: um povo simpático, inocente, de sentimentos familiares. Essas representações simplistas e simplificadoras, contudo, refletem-se apenas na superfície do espelho. Os húngaros tinham conhecimentos sobre o Brasil -embora em muitos casos de forma indireta– já no primeiro terço do século XVI, e houve épocas em que a quantidade de informações sobre o Brasil alcançou um volume realmente surpreendente. Na realidade, o conhecimento do Brasil na Hungria é muito mais vasto do que se pode supor num primeiro relance. Em Cartas Vincadas, essa troca cultural entre os dois povos é abordada de forma reveladora.