Uma série de mortes de pessoas idosas, todas ricas. Aparentemente, nenhuma ligação entre os fatos. Mas informações fortuitas e involuntariamente colhidas no dia a dia do investigador-chefe do 132º Distrito Policial da Vila Madalena, Omar Fonseca, conduzem-no à suspeita da existência de uma organização criminosa especializada em eliminar anciãos que teimam em prolongar a expectativa ansiosa de herdeiros ambiciosos e impacientes. Para investigar caso a caso e afinal desvendar o mistério, Omar Fonseca conta com seus parceiros habituais, os investigadores Marilena, uma morena escultural, e o jovem Gilberto, além do indispensável apoio do chefe, o delegado-titular do distrito, Tarquínio Lourival, amante de charutos cubanos. E também de uma figura no mínimo exótica: Robério de Obá Telá, pai de santo favorito das grã-finas paulistanas. Neste seu segundo romance policial, ambientado, como o primeiro, basicamente na Vila Madalena, bairro paulistano que mistura boemia, agitação cultural e plácidos refúgios residenciais de classe média, Fernando Pessoa Ferreira coloca em campo, no time dos "mo-cinhos", os mesmos protagonistas de seu primeiro livro, Os demônios morrem duas vezes. Aí os "bandidos", afinal desmascarados e presos, como convém a toda boa história policial, eram neonazistas dedicados a assassinar travestis. Na orelha dessa primeira novela policial de Fernando, seu amigo e também escritor Pedro Cavalcanti enfatizou: "Todas essas personagens aparentemente disparatadas são amarradas pelo fio de uma impecável lógica". Ao repetir a fórmula nesta sua segunda novela, o escritor obtém o mesmo efeito: uma trama envolvente que leva o leitor em suspense até a última linha.