A tragédia de uma criança, cujos pais ordenam a morte quando tomam conhecimento de seu futuro sombrio por meio de um adivinho, depois é salva por acaso e termina cumprindo o terrível destino de assassinar o pai e se casar com a própria mãe, tornou-se uma das histórias mais influentes da cultura ocidental. Contada em forma de peça na Grécia Antiga por Sófocles, “Édipo Rei” ultrapassou os limites do teatro e amplificou seu significado ao ser reinterpretado pela psicanálise. Em 1967, o poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini propôs uma releitura livre do texto, em que reafirma a dimensão ao mesmo tempo arcaica e moderna do mito, símbolo imortal do homem dividido entre aquilo que ignora e o risco de saber demais.