Nestes últimos vinte anos, principalmente pela vivência profissional, pude comprovar que uma das maiores fontes do sofrimento humano é o ciúme. As pessoas ciumentas são como todos nós, nossos vizinhos e nossos parentes, talvez com uma simples diferença: sofrem e muito, pelos seus comportamentos e atitudes. São maridos com comportamentos bruscamente alterados em relação à esposa, após o nascimento do primeiro filho; pais que rejeitam um filho como se este fosse uma ameaça. São esposas que não suportam ver o sucesso de seus maridos; mães que agem com as filhas como se elas fossem concorrentes. São irmãos que passam a vida disputando a atenção dos pais a qualquer preço; filhos possessivos e dependentes. São homens e mulheres que se agridem, se destroem, e até se matam. Essas pessoas naturalmente justificam suas atitudes: afinal, dizem agir em nome de um sentimento que chamam de amor! O ciúme funciona como um remédio que faz mais mal do que a própria doença a ser curada. Enquanto gastamos tempo e energia para corrigir os danos causados pelo remédio, deixamos de cuidar da verdadeira doença que vai se agravando e, fatalmente, irá necessitar de abordagens terapêuticas mais drásticas no futuro.