Quem é esse poeta da têmpera, do corte endurecido, da palavra pigmento no verso amalgamado? Quem é esse poeta do tempero, da vida à campanha, mas também do mundo temperado de poesia? Quem é esse poeta dos temperamentos tantos, de febres e calafrios, das altas e baixas temperaturas, das trocas de calor e do calor das trocas? Quem é esse bardo bárbaro que não põe as barbas de molho, mas põe no seu molho as barbas de outros tantos bardos? Pra inicius de conversa, escutem lá que vou dar parte: ele tem vin no nome e no sobrenome a arte. Poeta claro óbvio escuro da poesia de parede e teto, com janelas grandes e o táxi varando a madrugada. Poeta cara a tapa e karateka: quasímodo jackiechan no avesso brucelee da rima fumanchu e o táxi varando a madrugada. Poeta do homem calado, do verso descalço de pés em pés. Poeta da primeira reza à oitava trans mingau descendo o vão trocaico (inda que iâmbico) e o táxi varando a madrugada. [...]