nasce um livro: ANTIMUSA A Sair do Armário, primeira publicação, parte de minha produção poética com recorte LGBTQIA+. palavras dão sentido à existência e corpo ao sujeito. trazer poemas ao mundo é fazer Arte e Política. corpos LGBTQIA+ precisam dar notícia de que existem. publicar é registrar oficialmente nossa versão da história: vivida, pensada, observada por uma mulher entre mulheres. escrever é ter coragem de perder, é não saber e sem qualquer garantia. quero saber de mim, algo que ainda não sei. transmitir alguma coisa; digo alguma coisa, mas sei que também digo outra e mais uma ou duas, quando escrevo. os primeiros poemas que li me chaparam e foram escritos por mulheres: Ana César, Clarice Lispector, Sylvia Plath (a lista é imensa). tinham a ver comigo, falavam de mim e para mim. nomeavam acontecimentos, faziam furo na minha certeza, questionavam sentimentos, davam borda pro meu vazio. como nasce uma poeta? minha escrita estava em construção (ou desconstrução?). (...)