Neste terceiro livro de poesias, Livro de Urgências, Jonas Leite evoca como matéria poética as urgências; a inexorável falta física e espiritual. Entre as necessidades mais gritantes, está a de aplacar a fome, esse monstro que volta anacronicamente a ser contemporâneo. O poeta também traz como urgência a fome de amor, de afetos. Destarte, este livro alimenta a alma de quem lê, pois aparecem os exageros inventados para os vazios eternos, o lamento pelo Ontem que foi e pelo presente que não é, pois nos apunhala com a banalização da morte e do morrer. Em Ouro de Tolo, o destaque é para o ofuscamento do brilho real, encoberto pela Pose, esta também falsa; culminando em um ter sem ser dos Encontros de Vazios. Poema de Natal e Salmo 23 não trazem esperança para aqueles que não têm fé, sendo estes Penélope, vivendo de espera ilusória, de um futuro que lucidamente inexiste concretamente. Contudo, em seus poemas, na sua maioria curtos, cortantes, afiados e certeiros, Jonas Leite nos faz (...)