O primeiro livro de contos da autora de Sonata em Auschwitz. Como eram as relações amorosas num tempo offline? Sem internet e rede sociais para aplacar solidões e, muitas vezes, adiar mergulhos profundos nos relacionamentos? É neste universo que se encontram os protagonistas de Do tempo em que voyeur precisava de binóculos. Três histórias ambientadas nos anos 1990 que trazem, com certo humor saudosista, as instigantes relações de personagens com a casa ? a sua, a alheia, a metafórica. Um homem, cansado da solidão entediante do apartamento, começa a observar os moradores do prédio em frente. Ao se apaixonar por uma vizinha decide interferir na vida alheia e acaba por dar uma guinada em seu próprio destino. Uma mulher para quem a imposição da mudança de país, e de casa, leva à libertação do próprio corpo, sexualidade e casamento. Um casal que circula pelos cômodos da casa, onde se encontra literal e emocionalmente preso, e para o qual o incômodo de uma infiltração no banheiro é pretexto para o vazamento de tudo o que nunca é dito. Fio condutor das histórias, a casa surge como abrigo físico, paredes que resguardam loucuras e obsessões, mas que também aprisionam e se deterioram, como morada íntima que se torna, afinal, alter ego dos próprios corpos.O primeiro livro de contos da autora de Sonata em Auschwitz. Do tempo em que voyeur precisava de binoculos traz a tona tres historias passadas nos anos 1990. Historias de um tempo nao tao distante assim, quando, curiosamente, chamadas de video em aparelhos moveis eram uma projecao muito futurista. Um homem, cansado da solidao e de olhar para as paredes do seu apartamento, decide passar a observar e mexer na vida dos vizinhos do predio da frente. O que ele nao esperava era que seu passatempo para o tedio acabaria por mexer muito mais na sua propria vida. No decorrer de suas observacoes diarias ele acabava por achar uma mulher para quem a imposicao da mudanca do pais, e de casa, leva a libertacao do proprio corpo, sexualidade e casamento. E um casal que circula pelos comodos da casa, onde se encontra literal e emocionalmente preso, e onde o incomodo de uma infiltracao no banheiro e pretexto para o vazamento de tudo o que nunca e dito. As instigantes relacoes dos personagens com as suas casas sao o fio condutor dessas historias: abrigo fisico, paredes que resguardam as emocoes, mas tambem aprisionam e se deterioram, como morada intima a se tornar, afinal, alter ego dos proprios corpos. O apartamento de cada uma das personalidades do livro acaba por nao servir so de cenario pra obra de Luize, mas como o desencadeador e prisao dos desdobramentos e surpresas que esse livro traz.