A reflexão cristã entre os séculos II e VII foi normalmente estudada como se o confronto com a filosofia antecedente e contemporânea tivesse apenas um valor instrumental. Entretanto, o perfil filosófico desenhado pelos Padres da Igreja não se reduziu ao uso do vocabulário dos filósofos gregos e latinos, mas adquiriu um significado especulativo autônomo. O autor traça aqui a primeira e orgânica história da filosofia patrística, na qual afloram novas interpretações das apropriações conceituais operadas pelos Padres a partir da cultura filosófica grecoromana, assim como as novidades teóricas por eles introduzidas no leito comum da civilização ocidental. Os temas aqui investigados no seu surgimento e nas suas transformações são os problemas que migrarão para o pensamento medieval e moderno e que, ainda hoje, continuam interpelando a reflexão filosófica.