Além de estar inserida e conformada a uma nova economia (em que estão presentes novas formas de consumo, o fetiche, a moda etc.), a urbanidade do século XIX é extremamente marcada pela relação com a tecnologia. A técnica é um dos instrumentos que o cidadão usa para olhar e conceber modernamente o mundo ao seu redor. Se a cidade moderna é o espaço onde atuam as paixões metropolitanas, os aparatos tecnológicos e as máquinas estabelecem uma espécie de percepção temporal para os sujeitos modernos. Como se a velocidade dos novos meios de transporte ou dos motores das fábricas traduzisse o avanço e a rapidez da cultura dessa época. Para o sujeito cosmopolita, especialmente, a tecnologia é quase tão importante quanto a metrópole, pois ela representa grande parte do repertório que o distingue de um provinciano.