Em dois séculos de existência, o impacto de dois invasivos movimentos o industrialismo e o consumismo imiscuído na esfera da economia de mercado capitalista, desequilibrou completamente a relação Homem-Natureza, e, desde então, nos colocou diante da mais séria e preocupante crise ecológica com a qual passamos a conviver. Dada essa orientação, importa sublinhar que a estratégia econômica estabelecida diante do principal dogma da economia tradicional o crescimento econômico ilimitado, estruturalmente organizada e praticada pelas economias que rapidamente se industrializaram ao longo desse tempo, aproximou-nos de um beco sem saída da insidiosa destruição do meio ambiente. Destruição que, convém asseverar, tem sido ajudada sobremaneira pela irresponsável ação antrópica que se firma na estúpida mania de consumir sem moderação por parte de 20% dos mais ricos da população mundial, consagrando-se assim, para gosto das forças econômicas dominantes, o paradigma da conquista, o que termina por emoldurar a perniciosa ideologia do consumismo. Diante disso, não parece ser exagerado apontar que, no momento presente, estamos na iminência de um colapso geral. Por tudo isso, este Economia Destrutiva, que além de servir de título da presente obra é também o nome pelo qual achamos oportuno batizar esse atual modelo econômico que mais valoriza a quantidade (o crescimento) que a qualidade (o desenvolvimento), merece ser lido e debatido. Em rápidas palavras, seria incomensurável pretensão de nossa parte arvorar que este livro tenta abrir caminhos rumo à uma nova economia; ele tão somente nasce com a finalidade de trazer à tona esse ponto crítico o crescimento econômico visto como paradigma de progresso que tem sido tão debatido nesses últimos tempos.