O livro é um extenso trabalho de documentação fotográfica dos sobrados de São Paulo, empreendido por Fernando Martinho (Grupo Paralaxis) há dois anos e já com mais de 2.000 registros. Fernando vai a campo com duas máquinas, uma Rolleiflex de 1960 (contemporânea de boa parte das casas registradas) e a Canon digital que é seu instrumento diário de trabalho. Aponta a segunda para o visor da primeira, que foca o sobrado. E assim reproduz digitalmente o prisma da Rollei, remetendo a um paralelo de obsolescências. Ao mesmo tempo, como a Rollei não é uma câmera reflex (não tem espelho), as imagens aparecem invertidas, sugerindo a inversão de valores do movimento especulativo que orienta a evolução urbana de São Paulo. Prefácio de Cristiano Mascaro e texto crítico de Cláudia Linhares Sanz.