Indicado para os vestibulares da Fuvest e Unicamp, agora unificadas as listas de obras, Auto da Barca do Inferno, ou a primeira barca, é certamente a peça mais conhecida de Gil Vicente, com maior número de impressões antes e depois da Compilaçam de todas lãs obras de Gil vicente. Nesta edição anotada e com texto estabelecido por Ricardo Martins Valle e apresentada por Tatiane Artioli, tanto o aluno quanto o especialista se sentirão à vontade, pois terão subsídios suficientes para uma leitura adequada. Este é o primeiro membro da trilogia das barcas, seguida das barcas do Purgatório e da Glória. Trata-se de uma representação alegórica, ou uma prefiguração, do destino das almas humanas assim que deixam seus corpos, quando encontram duas barcas com seus respectivos barqueiros, um Anjo e um Diabo, que acusam os vícios e faltas cometidos em vida dos personagens, a fim de ensinar aos vivos os perigos e enganos da vida transitória. O motivo principal da alegoria, a barca dos mortos, remonta ao mito antigo do barqueiro Caronte, que conduzia as almas até o Hades, o reino dos mortos. Esta imagem, como alegoria moral poeticamente representada, aparece em Dante Alighieri, no início do século ???, e chega a Gil Vicente provavelmente por intermédio da obra de Íñigo López de Mendoza, Marquês de Santillana, figura fulcral das letras ibéricas do século