Uma obra de caráter crítico, afinal, não existe discurso neutro sobre a língua (e sobre nada mais). A convencional distinção entre descrição e prescrição é mera pirueta retórica. É notório, porém, que entre o discurso e a prática o abismo é largo e fundo. E exatamente para não cair nele é que, feitas as apresentações das ideias contrapostas, esse Dicionário toma partido explícito por algumas delas em diversos momentos do texto. Daí a decisão do autor, tomada em conjunto com Marcos Marcionilo, editor da Parábola, de intitular essa obra Dicionário crítico de sociolinguística, embora conscientes de que, simplesmente, não existe nenhum dicionário que não seja crítico, mesmo (e sobretudo) os que não se assumem como tal. Além disso, produzido no Brasil e para um público leitor brasileiro, esse dicionário não poderia deixar de contemplar questões sociolinguísticas específicas da nossa configuração social, histórica e cultural. Dentro desse espírito, e na medida do possível, toda a (...)