A investigação de Elizangela Dias nasceu de uma pesquisa de campo, em que a autora empreendeu viagens para coleta de material em arquivos no Brasil e em Portugal. As rodas dos expostos eram uma prática que consistia no depósito anônimo de crianças em instituições da Misericórdia para serem criadas por amas secas ou amas de leite, às expensas do Estado. A partir dessa investigação, a autora analisou centenas de escritos e selecionou 60 deles, datados de 1790 a 1969, para analisá-los filologicamente. Todos os documentos estão transcritos e acessíveis ao leitor. A leitura desses textos põe-nos em contato direto com os anseios, os receios e as esperanças daqueles que se ocuparam de alguma maneira em formalizar o depósito da criança.