O primeiro enfoque é o filosófico, e apresenta Edith Stein se encontrando com a filosofia fenomenológica de Edmund Husserl (1859-1938), que utiliza Introdução 17 como principal método científico a observação das manifestações humanas, dentre elas o sentimento religioso com suas doutrinas e rituais. A intuição de Stein acerca da apreensão da experiência intersubjetiva, trabalhada em sua tese doutoral sobre o problema da empatia (Einfühlung), apresenta esse fenômeno como constitutivo da subjetividade humana. Stein, por meio do método fenomenológico, demonstra que a vivência da experiência do outro, apreendida pelo processo empático, permite perceber, imediatamente, a presença do outro, reconhecendo-o através da intuição, como um outro-eu. A “filha de Israel”, ao escrever a sua tese, quis afirmar a importância da concepção realista da pessoa, argumentando que o “eu” nunca se apresenta na forma abstrata, mas como um ato de presença em qualquer lugar onde se encontra.