“A terminalidade da visa sempre foi tratada pelo direito privado em seu enfoque patrimonial na lógica do indivíduo abstraído como pólo de relações jurídicas. A preocupação do ordenamento jurídico com a pessoa humana ‘moribunda’ se limitava à descrição de regras que lhe garantissem a elaboração de um negócio jurídico unilateral e solene, o testamento. Criam-se, assim, as condições necessárias para a tranqüila transmissão de bens e direitos para herdeiros e legatários. Em seu début literário, a Professora e Mestre em Direito Civil Luciana Dadalto enfoca a terminalidade da vida sobre um outro viés. O ser humano, sujeito de situações existenciais, exercita a sua liberdade em praticar um ato de declaração prévia de vontade, no qual manifesta diretivas antecipadas sobre os tratamentos a que deseja ser submetido caso seja portador de uma doença terminal e não possua nesse instante a consciência para exercitar um ato de autonomia. (...) A grande contribuição da obra Testamento Vital consiste na desmistificação do excesso terapêutico e na afirmação da autonomia existencial do ser humano para eleger, dentre os seus projetos de vida, o desejo de que a natureza possa agir naquilo que a medicina não possa remediar. (...) A obra será lançada , indubitavelmente, uma bela contribuição da jovem autora Luciana Daldato e da Editora Lumen Juris em prol do elevado debate acadêmico.