A marca distintiva do tempo histórico em que vivemos é a rapidez. A todo o momento, a pluralidade dos acontecimentos provoca, em cada um de nós, a experimentação de afetos os mais variados. Alegria e tristeza alternam-se em nossas vidas incessantemente e podem ser, cada uma delas, expressas de múltiplas maneiras. Em um mundo que se apropria das representações de alegria, vinculando-as à expectativa idealizada de uma felicidade permanente. Abre-se, assim, a oportunidade de examinar a tristeza em suas nuances variadas. O tédio, o ciúme, o luto, o ressentimento, a vingança, dentre outras paixões, ganham nesta coletânea um espaço de análise que serve de contraponto à imagem dominante de uma suposta felicidade socialmente difundida. Definitivamente, não será porque negamos as paixões tristes em nossas vidas que elas deixam de se efetuar, seja individual ou coletivamente. Então, coube a esse grupo de autores acolhe-las e analisá-las como parte da nossa existência.