Trata-se de uma seleção de contos interessantes e de agradável leitura, sobretudo devido ao tom nostálgico que perpassa a maioria deles, provavelmente devido ao fato de sua ação centrar-se nos retalhos da memória,em lembranças de outros tempos e até outros modos de vida. Percebe-se, inclusive, ecos machadianos e influências de Lima Barreto na descrição dos espaços, nas digressões, na conversa com o leitor... O autor é carinhoso com seus temas, leva-os com desenvoltura, tem noção clara de clímax e desfecho... A linguagem é de certa forma fluente e adequada, coisa rara na ficção contemporânea. Almir Del Prette é psicólogo, com extensa produção acadêmica, incluindo vários livros de sua área de atuação: relacionamento interpessoal. Nesta obra, o professor e pesquisador exigente cedem lugar ao contista que procura se esmerar na narrativa.