Nesta obra ensaística, Eugenio Raúl Zaffaroni faz um breve apanhado da história da construção e normatização dos direitos humanos, conectando-a com a experiência criminosa mundial promovida pelo colonialismo, e busca observar por que, mesmo depois do estabelecimento de tais normas, ainda hoje faz-se necessário insistir em sua eficácia. O autor demonstra como ao longo dos últimos cinco séculos o colonialismo sempre tentou justificar suas atrocidades com base num eurocentrismo que sempre pressupôs a pretensa superioridade do colonizador sobre a dita ''selvageria'' dos colonizados, utilizando para isso diversas formas de opressão sobre esses povos: desde o controle físico dos corpos, passando pelo controle financeiro e o encarceramento em massa. Sem esquecer, porém, a resposta do Sul global, que, desde aproximadamente o século XV, sempre foi a de luta dos seus povos pela eficácia de seus Direitos Humanos.