Publicado, em Paris, em 1982, pela editora Seuil, moi, laminaire..., o último volume de poemas de Aimé Césaire, causou uma certa surpresa. O volume divide-se nitidamente em duas grandes partes, além da apresentação inicial. A primeira reúne poemas soltos, escritos em diferentes datas e dispostos, no momento da organização do volume, segundo um determinado eixo sintagmático a ser descoberto pelo leitor. Este conjunto inicial situa-se entre dois marcos fúnebres: o poema que virá a ser escolhido como epitáfio do próprio poeta (calendrier lagunaire) e o poema-túmulo dedicado a um criador de língua espanhola da América latina, Miguel Ángel Asturias. A segunda parte, por outro lado, reúne poemas escritos, todos, durante um breve período, sob o título geral Wifredo Lam, o grande pintor surrealista, precedido por uma recordação da sua infância antilhana junto à sua madrinha, Mantonica Wilson, uma mãe-de-santo da santería cubana.