O mito da segurança através do direito penal é o ponto nevrálgico da contribuição que o Direito pode dar na discussão da complexa fenomenologia da violência e constitui o objeto da presente obra. A autora inicia por uma análise da construção do Estado Moderno e a promessa de segurança, inserindo essa questão na perspectiva da sociologia do risco e do Direito Penal do risco. Neste contexto, nasce e se alimenta o mito da segurança que serve como mola propulsora ao projeto punitivista, evidenciando que o mito (segurança) reforça o rito (punitivo). O impulso prometeico (OST) de segurança legitima o poder de punir e a própria violência estatal. Esse cenário é agravado pela compreensão de que vivemos em uma sociedade hiperacelerada (Virillio, Ost, Bauman) e de alto risco (Beck, Giddens, Goldblatt).