O livro Os marxistas e a arte apresenta ao público brasileiro um conjunto de autores até então desconhecidos. Dos clássicos aos modernos, cada um deles foi objeto de um estudo equilibrado. Mesmo na discordância, Konder soube realçar a contribuição dada aos estudos estéticos pelos autores apresentados. A cordialidade traço sempre lembrado de sua personalidade convive harmoniosamente com uma firme convicção. Na obra, Leandro Konder trata de defender a arte como herança cultural da humanidade, do humanismo e do método realista na literatura. Konder, então, coloca-se na cena cultural brasileira como discípulo de Georg Lukács, autor que lhe forneceu subsídios teóricos para desenvolver o projeto de uma política cultural renovadora. O livro inicia com a constatação de que nem Marx e nem Engels escreveram uma teoria estética, mas deixaram comentários esparsos importantes sobre o tema. Ao contrário do que pensam alguns, esses comentários não são enfeites para adornar os textos e nem digressões eruditas, mas, parte integrante do pensamento de Marx e Engels. Há sim, um pensamento estético cuja compreensão, entretanto, exige o conhecimento prévio da teoria geral marxiana e, em especial, das complexas relações com o legado hegeliano.