É bastante comum encontrarmos nos espaços jurídicos, a adoção de uma série de clichês destituídos de qualquer sentido razoável diante das transformações do Direito nos últimos anos. Em nosso entorno, ainda há mecanismos ideológicos que tendem a impor a aplicação de uma visão caduca do Direito, em sacrifício, por vezes, da própria pessoa humana e dos seus valores mais preciosos. A título de exemplo, curiosamente, basta considerar que ainda há vozes aptas a sustentar que a prescrição é a perda do Direito de ação. Esta frase, retirada de um repertório amplo, bem representa o incoerente hábito da reprodução de expressões de efeito que, quando postas à prova, não resistem ao conjunto de transformações decorrentes do apelo em conectar o Direito ao cotidiano dos povos. Acreditamos que este livro merece leitura atenta, por pelo menos, dois motivos. Em primeiro lugar, a sua composição foi um desafio para os seus autores. Que, com destemor, propuseram-se a desconstrução de vários lugares-comuns e de cliques destituídos de sustentação. Em segundo lugar, este livro apresenta-se como um desafio ao seu leitor que é convidado a pensar o Direito em suas bases vivificantes. Ousamos dizer que este livro contém uma abordagem anticlichê do Direito. Firmes em nossos propósitos acadêmicos, dedicamos esta obra ao leitor que não se contenta em leituras superficiais, esperançosos de que a realidade dos dias presentes seja transformada por meio da crítica honesta e libertária do Direito e das demais instituições relacionadas à vida.