O livro retrata a presença da pedra portuguesa, o Lioz, bela e de coloração variada, na Bahia. A pedra foi transportada para o Brasil nos séculos XVII e XVIII como lastro de navio e foi utilizada na construção das igrejas da Bahia com muita arte. Deixou nessas igrejas um vasto patrimônio arquitetônico e artístico português. O livro está documentado com ilustrações de 21 igrejas de Salvador e de "igrejas irmãs" em Portugal. São "irmãs" porque algumas são cópias de igrejas portuguesas contemporâneas, que partilharam em momentos comuns as variadas tendências artísticas que a Europa então vivia. Foram construídas na Bahia com arte e muito requinte. Arquitetos, mestres de obras e artistas da pedra trabalharam na construção e na decoração das igrejas, por encomenda de Ordens religiosas e de colonos comerciantes. A pedra - o Lioz - ocorre em Lisboa e nos seus arredores (Sintra) e foi usada em muitos monumentos portugueses, em particular em Lisboa; foi também usada na reconstrução de Lisboa pombalina após a destruição da cidade pelo terremoto de 1755 e na construção do conjunto arquitetônico de Mafra, por D. João V. Foi então considerada a "pedra real". Documentada desde a sua origem, nas pedreiras de onde foi extraída, em Portugal, a pedra é tratada como um forte elo cultural entre Portugal e o Brasil. Ao mesmo tempo em que transportou arte, presenciou nas igrejas episódios da história do Brasil. É hoje encontrada intacta nas igrejas, exibindo beleza e harmonia. Atravessou o Atlântico como lastro de navio e perpetua nas igrejas da Bahia uma enorme riqueza artística deixada pelos portugueses. O livro mostra esta presença da Europa e de Portugal no Brasil, num encontro na Bahia.