Nos últimos cinqüenta anos do século XVIII, a cidade de Campinas foi marcada por profundas transformações decorrentes da transição da ordem senhorial escravista para a ordem social capitalista e burguesa. A nova cidade que surgia devia conviver com a antiga, se não apagando-a, ao menos tornando invisível seus aspectos mais intoleráveis, do ponto de vista da elite emergente. Era necessário excluir ou confinar os indesejáveis, encarcerar os loucos, controlar mendigos, escravos e imigrantes, criando assim um novo desenho urbano delimitado por espaços "abençoados" e "malditos". O processo de modernização, que encontrou resistências ao seu avanço, é analisado por Amaral Lapa sob diversos aspectos: em manifestações artísticas, na arquitetura, nas políticas de higiene e saúde pública, e no comércio.