A partir do nome O Liceu das Vozes, o recifense Estêvão Machado nos entrega a busca de um espaço de aprendizado que repercute falas e construções e aspas aqui, porque, apesar da formação em Arquitetura, o que ele menos procura é a delimitação de um lugar material, físico e específico. Esse liceu é rizoma, é múltiplo e rechaça a ideia de observar a realidade por um único ponto de vista. Circula por aqui, nestas linhas, um almejar de aprendizes aptos à escuta, ao passo que também são (ou estão) construtores das ações-palavras-pensamentos ao mesmo tempo. A filósofa catalã Marina Garcés nos diz que a educação é o substrato da convivência, oficina de onde se experimenta as formas de vida possíveis. Qualquer modelo de ensino que quebre a aliança de saberes em prol de tecnicismos para uma hegemonia econômica é um ataque ao ato de educar; por conseguinte, à convivência, à sociedade. O que Estêvão traz aqui em temas e formas poéticas é o deslocamento de uma visão tecnicista e unitária (...)