Neste romance, o autor volta seu olhar para um dos episódios mais marcantes do passado de seu país - a Guerra Civil Espanhola. O conflito é o ponto de partida para uma história que começa quando, em meio aos horrores da guerra, uma jovem camponesa é estuprada por soldados. Na mesma época, uma jovem fidalga perde o marido, vítima das tropas rebeldes. A primeira acaba indo trabalhar para a segunda como empregada e, quando esta morre, herda sua propriedade. Anos mais tarde, já dona daquela velha casa, os motivos pelos quais recebeu a herança não são claros para muitos. Um dia, a camponesa recebe a visita do neto de sua antiga patroa e a presença dele faz com que o passado seja revirado, revelando mentiras, engodos, traições e muito sofrimento. Com uma prosa elaborada, Manuel de Lope cria uma metáfora sobre o lugar, o valor e a função da guerra civil na sociedade espanhola. Faz uma reflexão sobre o peso do passado em uma vida que se projeta rumo ao futuro. Mexe com segredos de família, mudanças de identidade, usurpações, imposturas e pequenas tragédias pessoais em meio à grande tormenta coletiva.