A educação mediada pelos aparatos eletrônicos de comunicação está relacionada ao trabalho. Esses aparatos compõem as mediações. Nesse sentido, esse livro se constitui em uma análise da concepção de Herbert Marshall McLuhan (1911-1980) sobre a educação mediada pelos mass media. Para o autor, de origem canadense, diante deles a escola deve assumir uma nova função. A primazia no processo de ensino-aprendizagem já não é mais dela. Afinal, a cultura, denominada tecnológica, é ela mesma determinada por seus instrumentos autônomos. Cabe ao processo educativo conceber seu ambiente formativo para um novo homem em uma totalidade social que transpasse e supere qualquer fronteira. De acordo com McLuhan "em nossas cidades, a maior parte da aprendizagem ocorre fora da sala de aula". Saltamos da era da roda para a era do circuito. Um dos efeitos disso foi a transformação das indústrias em indústrias de serviços. Na era elétrica, a produção de serviços garante a produção sem limites de mercadorias. "Não só no aspecto educacional. 'A urbe orbita'. A urbe da cidade torna-se uma forma mundial e, ao mesmo tempo, uma indústria de serviços. Torna-se um serviço instantâneo" (McLUHAN). Para a formação do homem industrial foram necessárias as letras, elas deram forma à linearidade da produção. Os media produziram o ambiente de serviços que poderia remodelar esse homem. A produção flexível se utilizou da matéria-prima intangível da cultura. Mediante à manipulação de imagens e signos, entendidos como imanentes à realidade, ela sugeriu substituí-la por abstrações que a representam em detrimento da concretude que a constitui.