Este não é um livro de crônicas. É um livro de obsessões." Assim o escritor e cientista político português João Pereira Coutinho define "Vamos ao que interessa", reunião dos cem melhores textos que ele escreveu para a Folha de S.Paulo entre 2008 e 2015. As obsessões de Coutinho são variadas: vão desde o irracionalismo dos profetas socialistas até a pregação sanguinária dos fundamentalistas, desde as asneiras dos politicamente corretos até as sandices dos relativistas da cultura. Para o escritor, todos esses, cada qual em seu quintal, conspiram em conjunto para um propósito: fazer de nosso tempo uma era de brutalidade e loucura. Para eles, Coutinho tem apenas uma resposta, indo diretamente ao que interessa: a defesa incondicional da liberdade individual e da tradição democrática do Ocidente. Como afirma o autor, na introdução inédita escrita para o livro, é preciso "cultivar o que merece ser preservado e cultivado", como a "beleza possível" e "a fruição dos domésticos prazeres: lugares, memórias, histórias". Entre a análise política e o comentário social, entre a crítica da cultura e a crônica de costumes, os textos conduzem o leitor com inteligência por temas essenciais de nossa época, convidando-o a recuperar a reflexão, a serenidade e o humor.