Trabalhar na saúde engloba uma multiplicidade de atores e uma diversidade de processos nos serviços públicos, seja na Estratégia Saúde da Família, nos ambulatórios, nos hospitais ou nas emergências. Aos médicos e às equipes de enfermagem, somam-se os agentes comunitários de saúde. Mais: os recepcionistas, o pessoal da segurança e os porteiros das unidades de saúde também devem ser incluídos. Afinal, muitas vezes, esses trabalhadores desempenham o papel de hábeis negociadores, sobretudo porque, com frequência, o número de usuários que procuram os serviços de saúde excede os recursos materiais e humanos ali disponíveis. Uma análise, ao mesmo tempo, abrangente e detalhada sobre essa complexa realidade é o que oferece esta coletânea, que combina teoria e prática para lançar luz sobre uma série de questões polêmicas, como o sofrimento e o desgaste físico e psíquico vivenciados pelos trabalhadores da saúde; o paradoxo entre a missão de cuidar e a ausência de meios; e a necessidade de ‘invenções’ cotidianas para atender às expectativas dos usuários.