Retomando teses expostas na grande obra historiográfica do autor, como a hipótese da vigência, no país, de um longo período de regressão feudal baseada no latifúndio escravista, Capitalismo e Revolução Burguesa no Brasil acompanha o desenvolvimento da burguesia nacional, desde o incipiente estágio assinalado pela autonomia política até à época de Getúlio Vargas e o jogo de forças que o levou ao suicídio. Conceituando "revolução" como o processo de mudanças econômicas, políticas e sociais que colocaram a burguesia no poder, pelo controle do Estado, Nelson Werneck Sodré destaca dois momentos decisivos: o advento da República e o Movimento de 30, com a ascensão de Vargas e a tentativa de aprofundar a revolução burguesa, sob as pressões, de um lado, do latifúndio, e, de outro, do capital internacional.