O tempo de Joel é tempo de pós-exílio. É tempo de domínio imperialista persa. É tempo de precariedade. É tempo de crise. Em meio à crise e ao desespero o profeta se posiciona bem no centro crítico como representante da esperança de Deus para todos. O peculiar de Joel é que o seu pequeno livro origina-se de uma experiência do cotidiano, ou seja, a contemplação de uma praga de gafanhotos. Seu mundo é agrícola e, exatamente por isso, a ameaça dos gafanhotos tem contornos e imagens de extrema violência e destruição. No imaginário dos camponeses a nuvem de gafanhotos traz imagens impregnadas de pobreza e calamidades. O cotidiano está ameaçado e gera crise no povo. O presente se encontra em via de destruição. Sem campo não há sobrevivência. A vida se encontra sob forte ameaça. Contudo, Joel tem algo a falar...