O equatoriano Agustín Cueva (Ibarra, 1937-1992) é um dos grandes nomes do pensamento crítico latino-americano. Em sua breve existência produziu obras que resistiram ao duro teste do tempo e se transformaram em leitura obrigatória para os interessados no conhecimento de nossa realidade comum. A publicação em português de O processo de dominação política no Equador foi sua primeira obra de extração sociológica e permitirá ao leitor observar tanto o refinado estilo literário do autor quanto a análise do Estado, da economia, das classes sociais e da ideologia no país andino. Neste livro Agustín Cueva exibe a força da interpretação marxista da realidade equatoriana e a potência teórica e duradoura do caminho inaugurado por José Carlos Mariátegui nos anos 30 do século XX. É fecunda a interpretação de Cueva sobre o conflito político no Equador, revelando agudo conhecimento dos clássicos do marxismo e, na mesma medida, dos autores da tradição do pensamento crítico latino-americano. O processo de dominação política no Equador é livro decisivo para o conhecimento do país andino, elaborado quando ainda era um simples sociólogo de seu país natal. No entanto, de maneira precoce, já exibia enorme talento para a polêmica, aliado a não menor capacidade de aguda observação sobre os problemas decisivos da dominação burguesa em nosso continente.