No contexto atual, marcado por debates públicos sobre as mudanças climáticas e as crises ambientais e energéticas, esta coletânea apresenta reflexões sobre a implantação de projetos hidrelétricos no país, especialmente na Amazônia e em Minas Gerais, regiões ricas em mananciais hídricos. Debate-se a retomada de antigos projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em um contexto pautado pela tendência à desregulação ambiental, como os recorrentes ataques ao licenciamento. Em todos os casos, reflete-se sobre a colisão das obras com os modos de vida rurais, ribeirinhos e indígenas de lugares onde se encontram os biomas mais ameaçados do país. As tensões se manifestam em torno das estratégias de invisibilização dos sujeitos e de seus lugares nos processos de licenciamento ambiental, que, em geral, favorecem uma ideologia desenvolvimentista, abstrata e desigual.