Georg Simmel (1858-1918) foi um pensador refinado que, dentre inúmeros temas, produziu fascinante reflexão sobre a experiência religiosa. Nasceu em Berlim, de uma família de origem judia. Seu pai converteu-se ao catolicismo, sua mãe ao protestantismo e ele foi batizado e se casou como protestante. Mas, no final da vida, Simmel assumiu publicamente suas raízes judias. Ele foi um daqueles pensadores totais que trabalhou em sociologia, filosofia, antropologia e psicologia. Junto com Max Weber e Ferdinand Tönnies, Simmel fundou a Sociedade Alemã de Sociologia e esteve no centro da vida intelectual e artística da sociedade berlinense. Seu pensamento está presente em vários dos principais intelectuais do século XX: foi acolhido na França antes da 1ª Guerra e recebido com entusiasmo pela Escola de Chicago. Mesmo tendo sido uma referência para Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, ele ainda é pouco traduzido e conhecido no ambiente acadêmico brasileiro. Suas idéias fazem uma síntese a partir de duas fontes principais: inicialmente o neokantismo e, mais adiante, o vitalismo. Segundo Waizbort (2000), Simmel elaborou a ciência do moderno e do relativo, procurando captar o movimento da vida. Bem como as relações mais discretas entre indivíduos, articulando-as à sociedade. Em tradução direta do alemão, a Editora Olho d’Água reúne ensaios de Simmel sobre a religião em dois volumes, dos quais este é o primeiro.