O que Merleau-Ponty nos ensina aqui sobre o escritor ilumina bem a dificuldade de lê-lo. Sua obra se elabora numa "fala falante" que convida o leitor a uma iniciação que é indivisivelmente de língua e de pensamento. Para quem aceita entrar no campo de experiência que ela nos propõe, essa fala desenha com segurança as essências que o cotejo da experiência consigo mesma traça e responde a todas as exigências da racionalidade filosófica. Este 'Vocabulário' se propôs a mostrar alguns fios da trama, a fim de que o leitor de Merleau-Ponty, pela maravilha do tecelão, seja por sua vez, rodeado de sentido.