Por que Klaus Mann, declarado antinazista e autor de Mefisto, resolveu escrever, durante o seu exílio, sobre a vida de Tchaikóvski? Por que não escolheu um mártir ou um ativista político? A princípio, Mann sentiu-se traído pelo desenraizamento de tchaikóvski: na Rússia, não consideravam sua música russa; na Alemanha, acusavam-na de asiática e em Paris, de alemã. Muito mais que fascinação pela sua vida artística, Klaus Mann supunha compartilhar a sina de Tchaikóvski, o seu modo especial de amar. Com sensibilidade, ele retrata os sofrimentos e as paixões comuns, o caráter apátrida do músico, sua timidez exacerbada e a constante fuga de si mesmo, não esquecendo das horas felizes. São Petersburgo e Moscou decadentes, Berlim imperial, Leipzig e as óperas, Hamburgo, Paris e a América renascem nesta clássica biografia.