Bebês fantásticos. Existem? Mas ele não é mesmo a sua cara? fala de "humanidades". Foi escrito para crianças, jovens e adultos que desejem, um dia, criar e educar outro ser humano. Presidente da República? Astronauta? Maior jurista do Brasil? Desde crianças imaginamos o futuro brilhante de nossos filhos. Gestação, parto, primeiros dias em casa ... tudo perfeito. E o que acontece quando o recém-nascido é diferente daquele acalentado em sonhos? Em vez de um cabeludo, nasce um careca; em vez de um gordinho, chega um magro demais. O que é aquela mancha feia na face do bebezinho? E se ele for desajeitado para sugar? Ou chegar prematuro, precisar se operar com urgência, ter uma disfunção qualquer? Uma alteração genética? Susto, medo, choque. Preparados por toda a vida para receber "filhos virtuais", com este "filho real" alguns pais têm dificuldade em lidar. No livro, a jornalista Claudia Werneck, especializada em temas que favoreçam a reflexão sobre diversidade humana/diferenças individuais (a chamada antropo-ética), quer levar familiares e profissionais de saúde (que têm os primeiros contatos com a família) a se adequarem ao momento da notícia. "Os pais se ressentem da atitude de pediatras, enfermeiros, obstetras, psícólogos diante do recém-nascido que não corresponde à expectativa dos familiares e da equipe médica. Em vez de fortalecerem os vínculos afetivos entre mãe/pai e filho, que se inicia naquele instante, muitos profissionais, por falta de informação e de consciência sobre a importância de seu papel, agem com constrangimento, dando àquele bebê o lugar do 'doente', do 'deslize da natureza'.", comenta Claudia. Como adequar o "filho real" ao "filho virtual"? 1.Nunca baixar as expectativas em relação ao seu bebê. O futuro de qualquer pessoa é inimaginável. 2. Ter em mente que todo filho quando chega é um enigma, que nos encanta e amedronta desvendar. 3. Refletir que a heterogeneidade - e não a homogeneidade - é o legítimo eixo ético das relações humanas. 4. Dar à mãe o direito de ser tratada com naturalidade, não importa o quanto diferente seja seu bebê. As visitas não devem evitar fazer perguntas costumeiras como: "Ele está mamando bem?", "Chora muito?", "Tem cólicas?" etc. 5. Reconhecer no bebê real características da família, porque ele é da família e precisa ser percebido, genetica e afetivamente, como prole, por mais diferente que seja ou apenas pareça ser. O que é o "momento da notícia"? É o reconhecimento do filho real. Este momento acontece em qualquer fase da vida, mais freqüentemente: durante a gravidez: gestações de alto risco que envolvem mulheres ainda adolescentes, ou idosas para a concepção (o risco de mal formações congênitas é maior nessas faixas etárias); mulheres com Aids, diabetes, pré-eclâmpsia, câncer, doença renal, tetraplegia, Rh negativo, síndromes genéticas etc; mulheres que optam por avaliar o bebê através dos exames invasivos (entre eles a amniocentese), e estes diagnosticam alteração genética no feto. Ao contrário do que acontecia, hoje muitas mulheres decidem se preparar para a chegada desse filho buscando informação. logo após a gravidez, na maternidade ou em casa, quando a família é informada de que o bebê tem síndrome de Down ou de que necessitará fazer uma cirurgia cardíaca, por exemplo; - quando a gestação é interrompida precocemente; - quando o bebê nasce prematuro; - em qualquer momento do desenvolvimento infantil ou juvenil, diante da frustração - dos pais por não terem tido o filho perfeito; - e pouco da ética que ainda predomina no Brasil. São instituições que não se preocupam em respeitar a especificidade dos alunos, forçando-os a alcançar um padrão de desempenho imposto arbitrariamente. Essa busca do bom desempenho causa angústia, depressão, violência, suicídio até.