Nos poemas que compõem Gerúndio revela-se a voz inconfundível do poeta, que surpreende pela mestria, sensibilidade e simplicidade de versos que inspiram e falam à alma de cada um. Ilustrado pela artista plástica Ana Cristina Maciel, o livro revela ainda a voz de Vanessa Proteu, poetisa convidada a apresentar-se por entre suas páginas, como se fora em um sarau literário. Assim, Gerúndio foi 'acontecendo' (e segue movente) à medida das coisas, na dinâmica do dia e, especialmente, na contemplação e no silêncio. É o que podemos sentir em seus versos: (...) Pode parecer comum a tantas peles O vento que ao ventar se revele o canto de Antigas almas. Que ao movimentar as palmas das palmeiras, Num quer queiras ou não queiras, sussurre Numa folhinha: O amor é nossa estrada derradeira. Da escrita, A nossa linha. Pode parecer comum aos caminhantes O silêncio que aos sons esverdeia, Mas a Mata que, carinhosamente, nos rodeia, Fala língua de índio e passarinho. Como se fosse [...]