O pensador marxista britânico faz um retrospecto inédito e surpreendente de figuras biográficas famosas e anônimas. Na maioria dos casos, são personagens “comuns”, mas por sua atuação coletiva desempenharam importantes papéis na história do proletariado. Daí o título Pessoas extraordinárias. Operários, músicos, estudantes, bandidos e cantores de jazz e até mesmo o “fundador” da República norte-americana estão aqui para compor um projeto maior, de contar a história escrita por aqueles que perderam algo. Assim, ao escrever sobre o operário Ned Ludd, cuja especialidade era destruir máquinas industriais no século XVIII ou sobre o bandido Giuliano, em que o pano de fundo é a política italiana pós-1945, o escritor retrata o universo mais amplo das questões proletárias da mesma forma que, ao falar sobre Billie Holiday, narra a miséria e o deslocamento impostos à população negra norte-americana. Tais personagens mostram os impasses, as contradições e as esperanças de momentos históricos cruciais do proletariado.