O livro de Fernando Marques chega em momento de retorno do teatro musical aos palcos brasileiros, embora com formato e intenção diversos dos de seus antecessores - o teatro de revista e o de contestação política -, mas com a afluência de público e prestígio renovados, reatualizando-se ainda a iminente necessidade de especialização de atores e técnicos. Que relações este revival do teatro musical guarda com o momento de predomínio das revistas no Brasil, na passagem do século XIX para o XX, e o que aprendeu (e esqueceu) das peças de viés políticos produzidas no insuportável calor da hora, em reação ao regime de exceção implantado no país após 1964? São questões que este trabalho ajuda a pensar. O recorte histórico privilegiado no livro são os 15 anos do período mais duro da ditadura militar no Brasil - de 1964 a 1979 -, momento em que o teatro, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, assume papel de destaque na luta contra o regime e a censura