Não é sem razão que há estudantes, hoje, que lutam para afirmarem o seu protagonismo no cenário escolar. Os indicadores de que dispomos acerca da escola apontam, continuamente, o fato de que ela não vem cumprindo bem o seu papel de educar – na verdade, o mais importante – e tampouco o de instruir. Educar pressupõe, necessariamente, a ideia de humanização e requer o diálogo. Dialogar não é o mesmo que conversar. Significa ouvir verdadeiramente o outro e falar apenas quando se tem algo verdadeiro a dizer. Por isso, somente em liberdade é possível dialogar. O modelo escolar atual é antieducativo, pois a curiosidade e a dúvida, inerentes ao processo de aprender de cada um, são aniquiladas; ele nega a liberdade porque requer a renúncia ao pensar livre e a valorização da subserviência. Os estudantes estão dizendo não aos mecanismos de dominação presentes na instituição escolar. Estão resistindo ao processo de embrutecimento que querem impor-lhes. Esse é o panorama desolador que este livro apresenta em seu conjunto de artigos.