Um encontro. De um lado, um profissional, supostamente dono dos conhecimentos, capaz de fazer diagnósticos, de instituir tratamentos. Tudo lógico, tudo racional. Do outro lado, perplexidade, um aparente desconhecimento do que estaria ocorrendo, poucas palavras, muito silêncio, um olhar distante dirigido para o nada. Quase nenhum relato, quase nenhum contato real. O profissional corre com a linguagem que conhece, tentando traduzir o que teria ocorrido. Para isto tem de tentar esquecer teorias, sua aparente sabedoria. É impregnado de emoções e experiências que percebe serem semelhantes às do "paciente"; consegue transcrever uma versão das muitas possíveis que descreveriam aquela explosão de vida e comportamentos não facilmente entendíveis.