As cartas são de Van Gogh para seu irmão Théo, escritas entre julho de 1873 e 1890. Mostram um pintor atormentado diante das questões apresentads pela sociedade e que confronta modelos e costumes. Suas telas eram jorros de substância incendiária, bombas atômicas cujo angulo de visão, ao contrário de toda a pintura com prestígio em sua época, teria sido capaz de perturbar seriamente o conformismo espectral da burguesia do Segundo Império. Em Cartas a Théo está a descrição das obras, a formulação do complexo e avançado pensamento estético de Van Gogh e a descrição da evolução da sua própria loucura. Um material emocionante e revelador, tanto pela sua obsessiva convicção de que era realmente um artista, como também pela paradoxal consciência da própria loucura. Nas cartas, Vincent fala abertamente da sua "doença", reflete sobre ela e ramaticamente prevê as crises que se tornaram mais freqüentes no final da vida e culminaram com sua morte trágica. Nesta edição que a coleção L&PM Pocket lançou em 2002, foram acrescentadas mais de uma centena de cartas, em relação a edição de 1997, obedecendo à clássica antologia organizada por Georges Philippart e editada em Paris na década de 1930. Foram acrescentados ainda um glossário, identificando os quase 200 nomes citados por Vincent em sua correspondência, várias ilustrações com fac-símiles das cartas e o célebre texto do pintor Paul Gauguin, onde é descrito o episódio em que Van Gogh, num acesso de loucura, corta a orelha. Foram mantidas a introdução biográfica e a cronologia da vida e do tempo de Van Gogh.