Junto com os avanços e progressos na área da Educação Matemática, ocorridos a partir da última década do século passado, a Etnomatemática afirmou-se como uma opção promissora, tornando clara a interface entre saberes populares e acadêmicos. Igualmente os movimentos sociais, particularmente aqueles envolvidos na perene luta pela terra, adquiriram outra dimensão, evidenciando relações sociais em vários níveis. Como chegamos a relações entre indivíduos, comunidades e nações, marcadas por desigualdade, arrogância, prepotência? Como o sistema de conhecimentos atualmente dominante conduziu a humanidade ao grande mal-estar e insegurança que caracterizam tais relações? Como a matemática se insere nesse modelo de civilização? Essas são questões básicas que vêm preocupando Gelsa Knijnik, ao longo de sua carreira acadêmica. Com a aquisição de novos instrumentos intelectuais, ela percebe outras direções para uma análise mais profunda e abrangente do estado da civilização.