O espetáculo já vai começar. Tudo é novo e enigma no teatro do premiado escritor e dramaturgo Roger Mello. Um assovio lá longe distrai o pensamento. Outro assovio... De novo e bem mais perto! Risos. Tem um engraçadinho na platéia - é o que o público pensa. Mas agora o assovio vem da coxia, e para lá também caminha o foco da atenção. Curupira, meu amigo, é assim: um assovio aqui, outro mais adiante e quando se vê... Não tem jeito. Não tem volta. É assim o coisinha: meio-bicho, meio-gente, meio-assombração. Se é que podem haver três meios... Quando se vê, o teatro engoliu a gente e Curupira está mais vivo e esperto do que nunca. O espectador-leitor-ator que se cuide. O engraçadinho está escondido onde ninguém poderia imaginar. Alguém aí ouviu um assovio?