O termo resistência é polissêmico e também na pedagogia de Paulo Freire podem ser encontrados vários sentidos para ele. Um deles, quem sabe o mais radical de todos, é o que diz respeito à sobrevivência. Resistir é lutar para a continuidade da vida e para a qualidade dessa vida. Isso diz respeito hoje à ameaça à vida no nosso planeta, mas também, em um plano mais imediato, à miséria que se acentuou neste tempo de pandemia. Resistir, nesse sentido, é zelar para a continuidade de vida o que – já introduzindo outro sentido de resistência – significa também opor-se às forças necrofílicas, aquelas que negam a possibilidade de reprodução e expansão da vida. Ou seja, a resistência para Paulo Freire compreende uma dimensão proativa, de superar e de transcender as situações limites. Nesse sentido, no ano em que se completa o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, Daniel Ribeiro realiza, nesta obra, um retorno crítico ao seu legado.